Sempre dirigida por Mateus Moreno, teve um primeiro período de publicação entre 1914 e 1918, em que começa por ser uma revista de divulgação algarvia mas cedo se instala em Lisboa integrando elementos nítidos da sensibilidade modernista, com a colaboração próxima de Rebelo de Bettencourt e as de Alfredo Guisado, Côrtes-Rodrigues e Carvalho Mourão, incluindo uma irónica mas simpática defesa e explicação de Orpheu por A. Bustorff (Maio de 1915). Depois, numa segunda fase entre 1922 e 1929, sempre editada pela Empresa Cooperativa de Arte e Publicidade “Ressurgimento” e já com o subtítulo Revista de Ressurgimento Nacional – o que a coloca num campo afim da corrente ideológica de que a Renascença Portuguesa é o expoente organizativo máximo – tem a colaboração de António Sérgio, José Rodrigues Miguéis, Vitoriano Braga, António de Cértima, e dos artistas Roberto Nobre, Jorge Segurado, Milly Possoz e José Tagarro. Nesta segunda fase ocorre, mais uma vez, uma espécie de refundação: no número de Março de 1926 lê-se, em termos que ajudam a difinir o tom geral da revista: «Na grande e patriótica cruzada de Modernismo e Beleza que a “Alma Nova” hoje recomeça (…)».

 

Fernando Cabral Martins